Como é possível cultivar a motivação em tempos de trabalho remoto?
Essa palavrinha possui uma extrema importância para o mundo corporativo. Motivação é aquilo que “motiva uma ação”, ou seja, aquilo que nos move no mundo. Sem ela, corremos o risco de experimentar apatia, pouco engajamento e menor produtividade.
Justamente por esse motivo, motivar pessoas é uma das principais tarefas da liderança. Captar aquilo que torna os profissionais melhores e trabalhar esses fatores pode entregar resultados impressionantes, além de mais satisfação no trabalho.
Mas isso pode ser um desafio quando falamos de trabalho remoto. O home office acaba afastando as pessoas, diminui a interação e pode ser um foco tremendo de distrações e dificuldades para alguns.
Claro que sempre existirão aqueles que se dão muito bem com o trabalho em casa e até preferem a modalidade. Mas vale lembrar que a motivação precisa ser cultivada. Mesmo aquele colaborador que apresenta bom rendimento remotamente pode experimentar uma queda repentina de ânimo e sentir-se distante do que o motiva a entregar seu melhor.
Ao longo da minha experiência aprendi que, apesar de darmos exagerado valor para a motivação extrínseca, ela é só a ponta do iceberg. Na verdade, a motivação intrínseca é aquilo que realmente interessa quando falamos de transpor limites. Mas antes, deixe-me explicar a diferença entre ambas.
A motivação extrínseca é aquilo que vem de fora. Ou seja, um bom salário, benefícios ou um ambiente de trabalho bacana. Em resumo, é aquilo que não controlamos.
Já a motivação intrínseca está ligada a algo mais essencial, é aquilo que nos faz sair da cama todos os dias e dar nosso melhor. É algo que faz sentido para você, traz satisfação e um grande sentimento de realização.
Claro que ambas são importantes, mas quando as companhias entenderem o poder que a motivação intrínseca possui de liberar o potencial das pessoas, a visão é completamente outra. E, ao contrário do que muita gente pensa, isso pode ser feito mesmo que remotamente, para manter o time produtivo e unido.
Quer saber como? Eu explico!
Botando as cartas na mesa
A abordagem de motivação intrínseca se apoia no trabalho de alguns teóricos como Maslow e Jurgen Apello. Este último desenvolveu alguns exercícios que conseguem identificar e mapear essas motivações de forma prática.
Para isso, ele listou 10 motivações intrínsecas: Aceitação, curiosidade, liberdade, status, meta, honra, maestria, ordem, relações e poder.
Cada um deles fala de áreas específicas da vida e como elas interagem com o trabalho. Os colaboradores são então instruídos a colocar em ordem de importância os cartões, sendo os mais importantes à direita e os menos importantes à esquerda, com cada uma dessas áreas.
Em seguida, são apresentadas mudanças e os participantes devem mover os cartões para cima e para baixo de acordo com o modo que percebem aquela mudança. Por exemplo, se enxergam algo como uma mudança negativa que implica alguma das áreas, colocam o cartão para baixo, se for positivo, para cima.
Por fim, os participantes retornam seus cartões para a posição inicial e devem escolher quais áreas são favorecidas no ambiente profissional e em casa. No profissional o cartão sobe, enquanto em casa, o cartão desce. Os cartões que permanecem no meio são aqueles que estão em equilíbrio em casa e no trabalho.
Claro que a ideia é conseguir a maior parte dos cartões na linha do meio, afinal, equilíbrio é fundamental. O objetivo é identificar quais são as motivações mais importantes de cada um. A ideia é simples, mas se mostra uma ferramenta poderosa para conhecer melhor o time e o que os membros esperam de suas vidas e carreiras.
O melhor é que esse exercício pode ser feito à distância e é uma maneira prática e lúdica de os gestores iniciarem uma discussão sobre como melhorar as motivações para trazer um maior senso de realização e propósito para cada participante.
Para motivar é preciso apoiar e, antes de tudo, entender o outro.